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Apresentado oficialmente na passada segunda-feira, o projeto PróMEL – Mel e Apicultura em Moçambique: Promoção do Desenvolvimento Sustentável e Conservação da Biodiversidade tem como principal objetivo contribuir para o aumento da produtividade do mel em áreas com potencial confirmado nos Parques Nacionais da Gorongosa e Chimanimani, em Moçambique. O PróMEL reúne parceiros de Portugal, Moçambique e Argentina sob a coordenação da investigadora CE3C Cristina Máguas, e conta com o apoio do Instituto Camões para os próximos 4 anos.

Aumentar a qualidade dos bens e serviços, e melhorar os sistemas de produção são ações tidas como essenciais para a sustentabilidade económica das áreas rurais, bem como para a conservação da biodiversidade e promoção de ecossistemas mais equilibrados. Esta visão é igualmente suportada pelo governo moçambicano que procura associar o investimento na produção agrícola à redução das desigualdades sociais e da pobreza, à medida que a economia nacional é estimulada e são geradas mais oportunidades de emprego. 

[◉°] Teresa Vaz
[◉°] Teresa Vaz
[◉°] Teresa Vaz
[◉°] ANAC

Em Moçambique, a apicultura e a produção de mel carecem de valorização, apresentando paralelamente um considerável potencial de expansão e melhoria. O projeto PróMEL quer dar resposta a este desafio, procurando garantir um novo protagonismo para o mel de Moçambique. Apesar da diversidade de méis produzidos no país ser considerável, a caracterização físico-química, organoléptica (relativa às propriedades que estimulam os nossos sentidos – cor, cheiro, sabor, entre outros) e as propriedades biológicas deste produto permanecem escassas, o que dificulta a sua consolidação enquanto produto de valor acrescentado.

A estratégia passa pela integração das valências de parceiros portugueses, moçambicanos e argentinos sob a bandeira da cooperação triangular que o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua procura hastear de forma cada vez mais visível.


O que é a cooperação triangular? A cooperação triangular procura reunir as valências da cooperação tradicional Norte-Sul e Sul-Sul, reforçando os laços entre Portugal e os países africanos e sul-americanos, e estes entre si. Nasce do quadro de implementação da Agenda 2030 das Nações Unidas e pretende promover a partilha de conhecimentos, a aprendizagem conjunta e o reforço de capacidades, fundamentais para a valorização dos recursos e o desenvolvimento sustentável, apoiando estratégias integradas de conservação, educação ambiental e gestão participativa dos recursos, envolvendo comunidades locais, cientistas e decisores políticos. Em Portugal, o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua é um dos principais agentes mobilizadores da cooperação triangular, com particular destaque para a aproximação entre os países que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e a esfera Ibero-Americana.

Até 2028, o projeto prevê analisar o mel do ponto de vista técnico e científico, de forma a promover a sua sustentabilidade e qualidade enquanto produto, definir estratégias que conciliem uma maior competitividade da produção e a conservação dos ecossistemas – nomeadamente da floresta de miombo e da biodiversidade que acolhe –, e conduzir à certificação do mel, permitindo uma maior comercialização e o aumento do valor de mercado. O projeto irá centrar-se na região centro de Moçambique, no Parque Nacional da Gorongosa e no Parque Nacional de Chimanimani, abrangendo ainda as respetivas zonas tampão.

O PróMEL é um projeto inovador que foi concebido de forma atenta e inclusiva para responder às expetativas de todos os parceiros, sempre com o olhar assente na promoção do bem-estar das comunidades que habitam nos dois Parques Naturais, e na sua conjugação com o grande desafio de salvaguarda do património natural de Moçambique.

Cristina Máguas

O projeto PróMEL é coordenado pela investigadora CE3C Cristina Máguas, e conta com a participação de Sergio Chozas, Carla Alegria, Andreia Anjos, Luis Pungulanhe e Adija Wilssone. Foi financiado pelo Instituto Camões, e tem como como co-promotores a Administração Nacional das Áreas de Conservação, do Ministério do Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural de Moçambique, e o Ministério das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina. Entre as entidades executoras e parceiras destacam-se os dois Parques Nacionais referidos e o INTA - Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina.

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