
A Cátedra em “Sustentabilidade de Ecossistemas Subterrâneos - Loulé” foi formalizada na passada sexta-feira, 23 de maio, no âmbito das celebrações da Semana do Clima, promovida pela Câmara Municipal de Loulé (CML). Assente em 3 eixos principais – Ciência, Educação e Conservação da Natureza – a Cátedra procura contribuir de forma decisiva para aumentar o conhecimento e sustentabilidade do património ambiental dos habitats subterrâneos nacionais, particularmente do Barrocal Algarvio. Coordenada pela investigadora CE3C e Professora da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS), Ana Sofia Reboleira, a iniciativa foi firmada em protocolo entre CIÊNCIAS, a CML, a FCiências.ID - Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências e a empresa Bondstone.
A Cátedra, dedicada à sustentabilidade de ecossistemas subterrâneos, e pioneira a nível mundial, vem consolidar a relevância dos estudos em Biologia Subterrânea em Portugal, quer do ponto de vista científico, pela exploração de novas linhas de investigação alavancadas por novas tecnologias e equipamentos; quer da sua projeção junto da sociedade, graças a um maior envolvimento com a comunidade, estimulando a sua cidadania ambiental e literacia. Outro dos objetivos passa pela definição de medidas de gestão e restauro ecológico capazes de proteger a biodiversidade e combater as alterações climáticas, procurando aumentar o reconhecimento da importância dos ecossistemas subterrâneos nas políticas ambientais até 2030.
Esta Cátedra cria oportunidades únicas para desenvolver ciência de vanguarda, para formar uma nova geração de cientistas em Biologia Subterrânea e para estabelecer uma estratégia nacional de proteção dos habitats subterrâneos, todavia negligenciados em políticas de conservação.
Já Cristina Máguas, coordenadora do CE3C, destaca “o alinhamento com a visão do Centro no diálogo com os vários atores da sociedade para a construção de iniciativas com impacto científico e na resolução de problemas concretos das pessoas e do país”.
Portugal alberga um hotspot mundial de biodiversidade subterrânea em Loulé, no Algarve, coincidente com um grande aquífero, que destacam não apenas o seu valor natural, mas também importância enquanto potencial recurso para uma região que se vê a braços com desafios de disponibilidade hídrica. Apenas na Gruta de Loulé, nos últimos anos, a investigadora CE3C Ana Sofia Reboleira descobriu mais de 25 espécies adaptadas ao ambiente cavernícola – como o endémico pseudo-escorpião-gigante (Titanobochica magna) –, que a tornaram num dos ícones que suporta a candidatura a Geoparque Mundial da UNESCO do aspirante Geoparque Algarvensis e cujo Município de Loulé pretende vir a conservar sob a figura de Monumento Natural Local.
A Cátedra sucede ao projeto Barrocal-Cave – galardoado com o Prémio Fundação Belmiro de Azevedo & FCT 2023 –, que está a permitir desenvolver um sistema de monitorização ecológica a longo-prazo (do inglês LTER, Long-Term Ecological Research) na Gruta de Loulé, o primeiro capaz de emitir continuamente dados sobre as condições ambientais no interior de uma gruta.
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