O projeto tem como objetivos, adaptar a gestão da vegetação para melhorar a resiliência dos agro-sistemas às alterações climáticas (AC), recorrendo ao pastoreio extensivo de raças autóctones e ao aproveitamento agrícola. Os objetivos serão atingidos através da promoção de múltiplos bens e serviços dos ecossistemas e da redução da vulnerabilidade dos agro-sistemas, em pastagens e em pastagens sob quercíneas, e em redor de aglomerados urbanos de baixa densidade. Essa vulnerabilidade será mapeada a nível nacional e tendo em conta os cenários previstos para as alterações climáticas.
Divide-se em 7 linhas de ação:
Conservação e fertilidade do solo
Objetivos operacionais
Preservar e melhorar o potencial produtivo dos solos, melhorar a gestão do risco e combater a desertificação.
Aumentar a resiliência dos ecossistemas agrícolas, espécies e habitats aos efeitos das alterações climáticas.
Aumentar o conhecimento sobre a atividade agrícola, os impactos potenciais e cumulativos, a capacidade de resposta e implementar medidas de adaptação.
Objetivos
Avaliar o impacto de longo prazo na funcionalidade do solo da sementeira direta de pastagens ao longo de um gradiente climático.
Atividades
Em pares de explorações com situações edafoclimáticas semelhantes, que apresentem sementeira direta e gestão tradicional, avaliar as funcionalidades do solo através das características físicas, químicas, biológicas e funcionais.
Resultados esperados
Dados das características físicas, químicas, biológicas e funcionais do solo em função do tipo de sementeira.
Gestão do Risco
Objetivos operacionais
Preservar e melhorar o potencial produtivo dos solos, melhorar a gestão do risco e combater a desertificação.
Objetivos
Desenvolver modelos preditivos e elaborar cartas de risco e/ou mapas de vulnerabilidade, presente e futura, em zonas de pastagens espontâneas e melhoradas, em pastagens sob quercíneas e em redor de aglomerados populacionais.
Avaliar a vulnerabilidade às alterações climáticas através do cálculo integrado da exposição, da suscetibilidade e da capacidade adaptativa dos sistemas produtivos aos diversos cenários climáticos.
Alertar para a importância de alargar a contratação do seguro de colheitas.
Atividades
Cartografar com elevada resolução espacial as diversas formas de pastagens enunciadas, usando o COS, fotografia aérea, voo de drone ou visitas ao terreno, estatísticas socioeconómicas e agrícolas.
A exposição às alterações climáticas será baseada nos cenários climáticos RCP4.5 e RCP8.5, para 2050 e 2100, e serão calculadas 21 variáveis bioclimáticas, e.g. projeções do índice de aridez, risco de geadas, risco de secas, risco de ondas de calor, risco de incêndio, características dos solos, microclima derivado da topografia, etc. (WorldCLIM).
A suscetibilidade das pastagens às alterações climáticas será calculada por indicadores de produtividade avaliados ao longo de um gradiente climático utilizando imagens de satélite (NDVI – Índice de Vegetação por diferença normalizada) como proxy da produtividade. O modelo da produtividade da vegetação anual das pastagens medida ao longo de um gradiente climático, permite calcular a suscetibilidade ao clima.
A capacidade adaptativa dos sistemas produtivos será calculada através dos modelos de gestão já existentes nas explorações parceiras ou noutras (nacionais ou internacionais), através de entrevistas aos responsáveis, aos quais temos acesso através da cooperação nacional e internacional com projetos como: RENEWAL (FCT), Desert-Adapt (LIFE) e SustInAfrica (H2020).
Resultados esperados
No final do projeto estarão criados mapas de âmbito nacional com as vulnerabilidades presentes e futuras para pastagens espontâneas e melhoradas, pastagem sob quercíneas e aglomerados populacionais de baixa densidade.
Gestão dos recursos hídricos
Objetivos operacionais
Reforçar a disponibilidade de água para a agricultura, garantindo a sua utilização sustentável.
Objetivos
Identificar, descrever e capacitar boas práticas de proteção e conservação de pontos de água.
Atividades
Identificação, descrição e capacitação de boas práticas sobre métodos de gestão da vegetação para proteção dos pontos de água (g. charcas, linhas de água, ou nascentes) em pastagens, para diversas condições climáticas.
Resultados esperados
No final do projeto estará criado um documento que capacite os agricultores sobre diversas tipologias e técnicas para proteção e conservação dos pontos de água, usando a gestão da vegetação.
Adaptação
Objetivos operacionais
Preservar e melhorar o potencial produtivo dos solos, melhorar a gestão do risco e combater a desertificação.
Reforçar a disponibilidade de água para a agricultura, garantindo a sua utilização sustentável.
Aumentar a resiliência dos ecossistemas agrícolas, espécies e habitats aos efeitos das alterações climáticas.
Objetivos
Identificação e teste de medidas de adaptação para a vulnerabilidade às alterações climáticas:
Avaliar a diversidade, abundância e atributos das plantas das pastagens mais adaptadas aos cenários de alterações climáticas num gradiente climático;
Avaliar o impacto de longo prazo na funcionalidade do solo da sementeira direta de pastagens ao longo de um gradiente climático;
Otimizar a intensidade do pastoreio no espaço e no tempo (rotação) para reduzir a vulnerabilidade às alterações climáticas;
Compatibilizar o pastoreio com a regeneração natural e manutenção da sua densidade;
Identificar, descrever e capacitar boas práticas de proteção e conservação de pontos de água.
Atividades
Ações de amostragem da vegetação das pastagens ao longo de um gradiente climático espacial;
Em explorações com situações edafoclimáticas, selecionadas ao longo de um gradiente climático, ir-se-á avaliar as funcionalidades do solo através das características físicas, químicas, biológicas e funcionais;
A produtividade anual das pastagens será avaliada com elevada resolução espacial através dos dados de satélite NDVI (validada no campo) e cartografia baseada em foto aérea ou voo de drone e variáveis adicionais sobre: encabeçamento medido através de GPS de localização do gado (bovino e ovino), informação topográfica, macro e microclima, e características do solo.
Resultados esperados
Bases de um melhor e mais profundo conhecimento a respeito da diversidade, abundância e atributos de plantas vasculares mais adaptadas ao clima do futuro;
Dados das características físicas, químicas, biológicas e funcionais do solo em função do tipo de sementeira;
Dados da produtividade das pastagens com elevada resolução espacial e temporal;
Dados demográficos das quercíneas ao longo das crono-sequências e dados da densidade de quercíneas em função de gradientes climáticos, desenvolvendo e adotando práticas e técnicas que reduzam a vulnerabilidade e exposição a riscos bióticos e abióticos.
Recursos genéticos
Objetivos operacionais
Aumentar a resiliência dos ecossistemas agrícolas, espécies e habitats aos efeitos das alterações climáticas.
Aumentar o conhecimento sobre a atividade agrícola, os impactos potenciais e cumulativos, a capacidade de resposta e implementar medidas de adaptação.
Objetivos
Avaliar a diversidade, abundância e atributos das plantas das pastagens mais adaptadas aos cenários de alterações climáticas num gradiente climático.
Atividades
Amostrar a vegetação das pastagens ao longo de um gradiente climático espacial (15 explorações).
Resultados esperados
Ponto da situação da diversidade, abundância e atributos de plantas vasculares mais adaptadas ao clima do futuro
Gestão de vegetação
Objetivos operacionais
Aumentar a resiliência dos ecossistemas agrícolas, espécies e habitats aos efeitos das alterações climáticas.
Aumentar o conhecimento sobre a atividade agrícola, os impactos potenciais e cumulativos, a capacidade de resposta e implementar medidas de adaptação.
Objetivos
Avaliar a diversidade, abundância e atributos das plantas das pastagens mais adaptadas aos cenários de alterações climáticas num gradiente climático.
Atividades
Amostrar a vegetação das pastagens ao longo de um gradiente climático espacial (15 explorações).
Resultados esperados
Ponto da situação da diversidade, abundância e atributos de plantas vasculares mais adaptadas ao clima do futuro.
Comunicação
Objetivos operacionais
Aumentar o conhecimento sobre a atividade agrícola, os impactos potenciais e cumulativos, a capacidade de resposta e implementar medidas de adaptação.
Objetivos
Divulgação científica;
Capacitação técnica;
Divulgação ao público em geral.
Atividades
Divulgação científica entre pares através da apresentação dos resultados do projeto em reuniões, internacionais e nacionais, e artigos científicos;
Organização de conferência nacional na área da adaptação às alterações climáticas na agricultura;
Capacitação técnica dirigida a agricultores através de cursos e publicações técnicas acerca das medidas de adaptação mais adequadas para cada tipo de clima;
Workshops participativos para feedback das partes interessadas (agricultores, associações);
Divulgação de políticas, informando e reunindo com os decisores políticos mais relevantes (DGADR, GPP, APA e ICNF) sobre os resultados do projeto, nomeadamente nas medidas de adaptação às alterações climáticas mais adequadas ao controlo da vegetação através do pastoreio extensivo;
Divulgação ao público em geral, através de comunicados de imprensa e artigos na imprensa local e nacional, para informar sobre os impactos esperados das alterações climáticas no sector agrícola e as medidas de adaptação mais adequadas para melhorar a resiliência dos agro-sistemas;
Ferramentas Web: o website do projeto será a principal ferramenta de disseminação pública das atividades e resultados do projeto e será alojado na instituição coordenadora, a FCUL;
Divulgação dirigida ao público mais jovem, e.g. em festivais de ciência, museus e apresentações em escolas, para chamar a atenção para as alterações climáticas.
Resultados esperados
Sensibilização, ao nível dos vários atores sociais e da produção, sobre as responsabilidades ambientais e para a adoção de boas práticas no contexto das alterações climáticas.
Valor total do projeto: 825.130,85 €
Data de início: 09.09.2021
Data de conclusão: 31.12.2025
Dimensão: Resiliência
Componente: Investimento e inovação
Investimento: Agenda de investigação e inovação para a sustentabilidade da agricultura, alimentação e agroindústria [Agenda de Inovação para a Agricultura 20|30]
Código de operação: 02/C05-i03/2021.PPRR-C05-i03-I-000035
Parceiros: Ciências ULisboa - Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; UÉvora - Universidade de Évora; IPB - Instituto Politécnico de Beja; IPCB - Instituto Politécnico de Castelo Branco; ADPM - Associação para o Estudo e de Defesa do Património Natural e Cultural do Concelho de Mértola; INIAV - Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P.; CAP - Confederação dos Agricultores de Portugal; CNCACSA - Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Setor Agroflorestal; LPN - Liga para a Proteção da Natureza; SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves
Sociedades Agrícolas: Vargas Madeira, Lda.; dos Juntos, Lda.; Alberto Manso, Lda.; Reguenguinho Lda; Industrial do Algarve, Lda; Monte do Tojal Lda.; SERREGUE Lda; Herdade de Canhões Lda; Quinta dos Pizões; CFBMAgricultura, Lda.; CAMTO, Casa Agrícola do Monte do Tojal, Lda; Casa Agrícola Car e Melim, Lda.; Casal da Bouça, Lda; Domingos Manuel Pereira Capela; Pereira Palha Agricultura, Unipessoal Lda; Mencoca Agricultura, Lda; João Trindade Unipessoal, Lda.; Casa Agrícola de Matraque; Rui José Bastos de Matos; Pedro Eugénio de Almeida; Avelino José da Costa Rego
Financiamento: PRR-Plano de Recuperação e Resiliência | Next Generation EU
Coordenação: Cristina Branquinho (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)